Dr.
Marcelo Yanagiura Gomes
Ortopedia
e Traumatologia/Cirurgia do Quadril
CRM
135051 TEOT 13510 RQE 49626
Clínica de Pediatria, Psiquiatria e Ortopedia GOMES
“Doença caracterizada por baixa massa óssea, e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo ocasionando
fragilidade e conseqüente aumento do risco de fraturas”
(Consenso de 1991).
“Doença esquelética caracterizada pelo comprometimento da resistência do osso predisposto a um aumento do risco de fratura” (Instituto
Nacional de Saúde dos EUA –
2001). Resistência é
o reflexo da integração entre densidade mineral e qualidade (arquitetura, metabolismo, mineralização,
acumulação de danos e propriedades biomecânicas).
Embora esse tema seja alvo de inúmeras matérias
em revistas semanais, telejornais e afins, a real importância do diagnóstico
precoce da perda de massa óssea
e do seu tratamento, são pouco enfatizadas. Esse enfraquecimento do osso pode
levar a fraturas que normalmente trazem com elas uma série de complicações
que podem resultar até na morte do paciente. ISSO MESMO!
Um
exemplo bastante frequente, são as fraturas do quadril, que
sabidamente estão associadas com complicações infecciosas respiratórias, principalmente quando não tratadas precocemente. A faixa etária dos pacientes que normalmente sofrem essas fraturas é elevada e não raro, têm outras doenças crônicas que elevam sobremaneira a chance de um desfecho
fatal.
As
mulheres, são sem dúvida o alvo predileto da osteoporose e, consequentemente
das fraturas. Modificações hormonais após a menopausa, desencadeiam uma série de reações que acabam diminuindo a massa óssea, tornando então a mulher pós-menopausa no grupo mais acometido.
Embora
rara, a osteoporose pode ocorrer em pacientes jovens, sem causa aparente(idiopática), mas manteremos nosso enfoque nos pacientes idosos.
Diagnóstico
O
diagnóstico pode, infelizmente, dar se
tardiamente após a detecção de alguma fratura, sendo as mais comuns por ordem: as do
punho, coluna e quadril. Entretanto, o ideal é que se tenha a suspeição da osteoporose à partir dos fatores de risco, para que se possa evitar o
aparecimento de fraturas, o principal objetivo do tratamento, uma vez que
instalada, a osteoporose é
irreversível. São os principais fatores de risco: sexo
feminino, etnia caucasiana, baixos níveis de
testosterona, idade, quedas
frequentes e fraturas prévias, baixo peso ou
perda de peso, sedentarismo, fumo, alcoolismo, uso de medicamentos( alguns anti-hipertensivos, hidróxido de alumínio e psicotrópicos) e doenças de base como
artrite reumatóide hipertensão
arterial e pacientes gastrectomizados ( que sofreram cirurgia para retirada
parcial ou completa do estômago).
Pode
haver dor lombar, diminuição da altura, aumento das pregas cutâneas com
desaparecimento do talhe da cintura, com atrito das costelas inferiores no ilíaco (sd
ileocostal), e o dorso curvo formando a imagem de “corcunda de viúva”.
É IMPORTANTE salientar que para o diagnóstico a avaliação pelo médico é
essencial, uma vez
que outras doenças podem simular a apresentação clínica como também os achados em radiografias, tais como mieloma múltiplo, doença de Paget, osteomalácia, raquitismo, metástases ósseas, osteodistrofia renal e osteogênese imperfeita.
Densitometria
óssea: estima a quantidade do conteúdo mineral do osso (átomo de cálcio) por área ou volume.
É Ferramenta padrão-ouro auxiliar de diagnóstico, a qual não deve ser fechada com base somente
nesse exame. O T-score representa o desvio-padrão em relação ao pico de maturação do esqueleto, que se mantém constante até os 40 anos de
idade.
Na osteoporose secundária ocorrem
perdas ósseas mais rápidas do que no processo primário, então o Z-score abaixo de -1,5 sempre é
sugestivo para a pesquisa de causa secundária.
Ultrasom
ósseo, analises estruturais, tomografia quantitativa periférica e as imagens
de ressonância magnética do osso, podem fornecer informações sobre a estrutura e a qualidade ósseas.
•
Indicações para DMO, associadas com fatores de risco:
•
Fatores de risco maiores;
•
Deficiência hormonal;
•
Terapia prolongada com corticóides;
•
Historia familiar de fratura da
extremidade superior do fêmur;
•
Constituição corporal delgada;
•
Doenças causadoras de
osteoporose secundária;
•
Monitorização de tratamento;
•
Osteopenia
radiológica;
•
Fratura
prévia conseqüente de trauma leve ou moderado;
•
Perda de altura com cifose torácica.
Tratamento:
Individualizado. Nas associações com formas secundárias é necessário o tratamento da doença de base.
O cálcio nas pessoas jovens deve ser ingerido de fontes naturais de preferência, como o leite e derivados, e dos vegetais verdes e
crus. Nas pessoas mais velhas, a suplementação de cálcio deve ser feita, com adição de vitamina D em doses de 400 a 1000
UI/dia.
Vale a pena ressaltar, que pacientes idosos não mais absorvem o cálcio de forma satisfatória, logo a suplementação deste é obrigatória em determinada faixa etária.
Exercícios físicos de impacto
contribuem para aumento do pico de massa óssea nos jovens, e sua manutenção nos adultos.
Candidatos para tratamento:
Acima de 65 anos com ou sem fatores de risco, do sexo
feminino;
Com fratura vertebral ou do quadril do sexo feminino;
Com fatores de risco se DMO tem T-score abaixo de -1,5;
Sem fatores de risco se DMO tem T-score abaixo de -2,0.
O tratamento dos pacientes que tiveram fraturas osteoporóticas inclui
manter sua qualidade de vida, encorajar mobilização precoce, controlar as dores e promover interação social.
Tratamento farmacológico:
Ativadores da formação óssea, com alvo no
osteoclasto, com indicação para a osteoporose de baixa remodelação, que é
a forma senil ou as formas graves com fraturas. Tem
efeito anabolizante, aumentando a massa óssea. São citados a vitamina D e seus metabolitos ativos, o alfacalcidol e o
calcitriol. O fluoreto, os esteróides anabólicos e hormônio da paratireóide.
Inibidores da reabsorção que bloqueiam a ação do osteoclasto, estabilizando a
massa óssea, indicados na osteoporose de alta remodelação, principalmente na osteoporose pós-menopausa. São citados os estrógenos, os bisfosfonatos, os SERMS, a calcitonina e a ipriflavona.
Fratura osteoporótica
Ocorrem pela diminuição da massa óssea, volume muscular e diminuição da qualidade do osso.
A consolidação das fraturas em osteoporose ocorre
normalmente porque a deposição do tecido osteóide e mineralização
é normal.
Na maioria, o tratamento conservador com repouso e medicação
sintomática é
suficiente nas fraturas vertebrais. Cirurgia indicada
quando há lesão medular.
O objetivo do tratamento cirúrgico no idoso é restaurar a deambulação para as extremidades inferiores e a imediata capacidade funcional dos
membros superiores.
Falaremos
mais de tratamento específico de fraturas osteoporóticas e fraturas em idosos em outros posts.
Em
suma, é imprescindível a prevenção da osteoporose e de sua complicação temível, por vezes fatal, a fratura,
portanto não deixe de procurar seu médico.
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