Dr.
Marcelo Yanagiura Gomes
Ortopedia
e Traumatologia/Cirurgia do Quadril
CRM
135051 TEOT 13510 RQE
Clínica
de Pediatria, Psiquiatria e Ortopedia GOMES
Generalidades
Essa terminologia se refere, às doenças que causam dor, normalmente
persistentes, na região anterior do pé (ponta dos pés). É comum encontrar a
formação de calos sob a cabeça dos metatarsos(ossos do antepé) ou nas áreas em
que ocorre maior pressão.
As
metatarsalgias são predominantes em adultos e raras em crianças,
sendo a população adulta composta preferencialmente pelas mulheres(85%) e o
motivo, você leitor, já deve desconfiar: o hábito quanto aos calçados, muitas
vezes nada ergonômicos, como saltos altos e de bico fino.
Segundo Viladot,
famoso especialista catalão em doenças
do pé, 92%
das metatarsalgias são de origem mecânica e os restantes 8% têm outra causas.
De uma forma geral, podem
ser Difusas, acometendo todo
o antepé, ou localizadas, quando
há uma correlação com uma estrutura em específico.
Quando nos encontramos na posição ortostática, ou seja parados e em pé, o peso do corpo se
distribui predominantemente para o calcanhar (60%), o antepé recebe 32% dos
quais 28% situam-se sob as cabeças dos metatársicos e 4% nos dedos.
Quando andamos,
praticamente toda a carga se concentra nos três metatársicos
centrais, maior
sob o segundo metatarso. A
participação do primeiro e do terceiro são
semelhantes e bastante superiores às
do IV e V metatársicos.
A
principal queixa clínica do quadro de metatarsalgias é a dor.
Suas
características (tipo, intensidade, periodicidade, localização e irradiação)
estão na dependência da causa mas, de forma
geral, relacionam-se diretamente quando andamos muito ou a ortostase(períodos
nos quais ficamos em pé) prolongadas.
Nos quadros iniciais, a dor é geralmente leve, pouco incapacitante e melhora
com o repouso. Com a progressão e estruturação das deformidades, torna-se
intensa, constante e dificulta andar e permanecer longos períodos em pé.
O
achado de exame mais constante é a presença de hiperqueratose (calosidades) nas
regiões onde se observa a descarga de maoires pressões, geralmente indicando as
estruturas anatômicas relacionadas.
A
podoscopia identifica as áreas de maior pressão, mesmo antes do aparecimento
das hiperqueratoses, pela coloração mais pálida em virtude da isquemia
produzida pela carga.
O exame clínico, além de
objetivar a detecção
de todas as deformidades associadas ao quadro, deve tentar estabelecer seu grau
de redutibilidade(observamos se a deformidade é flexível ou rígida) fator determinante da
escolha do tratamento adequado.
Tratamento Conservador
O
tratamento das metatarsalgias é preferentemente conservador e deve incluir o
uso de órteses e calçados adequados, a reabilitação dos segmentos atingidos por
deformidades redutíveis e a normalização da distribuição das cargas às zonas patológicas.
Obviamente,
o tratamento médico, quando a metatarsalgia decorre de doenças gerais, é imperativo.
Tratamento Cirúrgico
O
tratamento cirúrgico das metatarsalgias deve ser indicado somente quando se
esgotaram os recursos não invasivos especialmente quando não existam
deformidades bem definidas às
quais se possa atribuir a gênese da dor.
Nosso
enfoque sobre o tratamento cirúrgico das metatarsalgias baseia-se na existência ou não de
deformidades regionais e na redutibilidade ou rigidez destas deformidades.
Quando
a metatarsalgia decorre de uma deformidade mais ampla (ante pé triangular
simples, ante pé convexo simples) e esta é redutível, indicamos o tratamento da
deformidade principal esperando que, ao se normalizarem as relações funcionais
dos ossos, articulações e músculos, ocorra também a normalização
da distribuição
das cargas e o desaparecimento da sintomatologia.
Quando
a metatarsalgia decorre de deformidades rígidas (pé eqüino patológico, ante pé
triangular convexo e ante pé cavo), além da correção das deformidades
originais, utilizamos a técnica de Rippstein que consiste na realização de uma osteotomia
em "V" dorso-plantar da base do metatársico.
A
arquitetura desta osteotomia impede desvios mediais e laterais, permitindo a
ascenção ou decréscimo da cabeça do metatársico operado. A marcha precoce, no
terceiro dia de pós-operatório, é quem vai determinar a quantidade e o sentido
do deslocamento necessários para a normalização da
distribuição
de cargas no ante pé.
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