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Especializado em Cirurgia do Quadril

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sábado, 21 de março de 2015

Metatarsalgia

Dr. Marcelo Yanagiura Gomes
Ortopedia e Traumatologia/Cirurgia do Quadril
CRM 135051 TEOT 13510 RQE
Clínica de Pediatria, Psiquiatria e Ortopedia GOMES



Generalidades
Essa terminologia se refere, às doenças que causam dor, normalmente persistentes, na região anterior do pé (ponta dos pés). É comum encontrar a formação de calos sob a cabeça dos metatarsos(ossos do antepé) ou nas áreas em que ocorre maior pressão.
As metatarsalgias são predominantes em adultos e raras em crianças, sendo a população adulta composta preferencialmente pelas mulheres(85%) e o motivo, você leitor, já deve desconfiar: o hábito quanto aos calçados, muitas vezes nada ergonômicos, como saltos altos e de bico fino.

Segundo Viladot, famoso especialista catalão em doenças  do pé, 92% das metatarsalgias são de origem mecânica e os restantes 8% têm outra causas.
De uma forma geral, podem ser Difusas, acometendo todo o antepé,  ou localizadas, quando há uma correlação com uma estrutura em específico.
Quando nos encontramos na posição ortostática, ou seja parados e em pé, o peso do corpo se distribui predominantemente para o calcanhar (60%), o antepé recebe 32% dos quais 28% situam-se sob as cabeças dos metatársicos e 4% nos dedos.
Quando andamos, praticamente toda a carga se concentra nos três metatársicos centrais, maior sob o segundo metatarso. A participação do primeiro e do terceiro são semelhantes e bastante superiores às do IV e V metatársicos.


A principal queixa clínica do quadro de metatarsalgias é a dor.
Suas características (tipo, intensidade, periodicidade, localização e irradiação) estão na dependência da causa mas, de forma geral, relacionam-se diretamente quando andamos muito ou a ortostase(períodos nos quais ficamos em pé) prolongadas. Nos quadros iniciais, a dor é geralmente leve, pouco incapacitante e melhora com o repouso. Com a progressão e estruturação das deformidades, torna-se intensa, constante e dificulta andar e permanecer longos períodos em pé.
O achado de exame mais constante é a presença de hiperqueratose (calosidades) nas regiões onde se observa a descarga de maoires pressões, geralmente indicando as estruturas anatômicas relacionadas.
A podoscopia identifica as áreas de maior pressão, mesmo antes do aparecimento das hiperqueratoses, pela coloração mais pálida em virtude da isquemia produzida pela carga.


O exame clínico, além de objetivar a detecção de todas as deformidades associadas ao quadro, deve tentar estabelecer seu grau de redutibilidade(observamos se a deformidade é flexível ou rígida) fator determinante da escolha do tratamento adequado.

Tratamento Conservador
O tratamento das metatarsalgias é preferentemente conservador e deve incluir o uso de órteses e calçados adequados, a reabilitação dos segmentos atingidos por deformidades redutíveis e a normalização da distribuição das cargas às zonas patológicas.
Obviamente, o tratamento médico, quando a metatarsalgia decorre de doenças gerais, é imperativo.

Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico das metatarsalgias deve ser indicado somente quando se esgotaram os recursos não invasivos especialmente quando não existam deformidades bem definidas às quais se possa atribuir a gênese da dor.
Nosso enfoque sobre o tratamento cirúrgico das metatarsalgias baseia-se na existência ou não de deformidades regionais e na redutibilidade ou rigidez destas deformidades.
Quando a metatarsalgia decorre de uma deformidade mais ampla (ante pé triangular simples, ante pé convexo simples) e esta é redutível, indicamos o tratamento da deformidade principal esperando que, ao se normalizarem as relações funcionais dos ossos, articulações e músculos, ocorra também a normalização da distribuição das cargas e o desaparecimento da sintomatologia.
Quando a metatarsalgia decorre de deformidades rígidas (pé eqüino patológico, ante pé triangular convexo e ante pé cavo), além da correção das deformidades originais, utilizamos a técnica de Rippstein que consiste na realização de uma osteotomia em "V" dorso-plantar da base do metatársico.
A arquitetura desta osteotomia impede desvios mediais e laterais, permitindo a ascenção ou decréscimo da cabeça do metatársico operado. A marcha precoce, no terceiro dia de pós-operatório, é quem vai determinar a quantidade e o sentido do deslocamento necessários para a normalização da distribuição de cargas no ante pé.





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