Definição: é a
cirurgia de substituição da articulação do quadril (prótese total do quadril)
substituindo o quadril danificado por um sistema de materiais artificiais, as
próteses. Estas têm diversas naturezas como as ligas metálicas de
cromo-cobalto, titânio, tântalo, cerâmica e polietileno(um material plástico de
alta densidade).
A artroplastia total constitui a substituição do componente femoral e
componente acetabular (encaixe da cabeça do fêmur com a bacia). As próteses
podem ser colocadas com ou sem cimento ósseo (polimetilmetacrilato).
Antes Depois
Benefícios: A prótese de quadril é uma
operação muito efetiva para aliviar a dor e melhorar a função do paciente. A
qualidade de vida melhora muito porque o paciente consegue andar melhor e fazer
a maior parte das atividades do dia-a-dia, sem grandes limitações e sem dor.
Raros são os procedimentos cirúrgicos que apresentem uma relação
risco/benefício tão adequados quanto a artroplastia total de quadril, sendo
assim um procedimento seguro e eficaz no tratamento do desgaste do quadril.
Durabilidade
da prótese: É evidente que se a articulação natural se
desgasta, a prótese de quadril também está sujeita ao desgaste. Sabe-se
atualmente que, na ausência de complicações maiores, o desgaste depende do uso
e não do tempo de implantação da prótese. Pacientes mais jovens e mais ativos
irão apresentar desgaste em um tempo mais curto em relação aos pacientes com
atividades mais restritas. De um modo geral, para uma pessoa com idade a partir
dos 65 anos e atividades físicas moderadas ou leves, observa-se que o tempo em
serviço (durabilidade) dos implantes protéticos é maior que 80% em 25 anos3.
Assim, a probabilidade de que uma prótese de quadril implantada hoje, com
técnica adequada, materiais de boa qualidade e implantes de boa concepção,
tenha uma probabilidade de mais de 80% de ainda estar funcionante daqui a 25
anos.
CUIDADOS
APÓS A CIRURGIA:
Os
principais objetivos da cirurgia são fazer com que o paciente retome a sua
qualidade de vida o mais rápido possível, devolver-lhe ao nível de função anterior
ao da lesão, protegendo as estruturas que foram cirurgicamente danificadas que
agora necessitam ser cicatrizadas.
- Medicamentos
analgésicos e anti-inflamatórios são
utilizados para o controle da dor.
-
Pode-se utilizar um dreno, para permitir a vazão do sangue, que poderá ficar
por cerca de 48 horas após a cirurgia, embora não seja rotina.
- A limpeza
da ferida operatória deve ser feita no banho, utilizando-se sabonete líquido
bactericida; com a espuma entre as mãos e esfregando gentilmente sobre os
pontos.
- Os
curativos devem ser feitos diariamente com gazes estéreis e micropore®, após
limpeza da ferida operatória no banho.
- Inicia‐se, enquanto estiver
acamado, a fisioterapia motora e respiratória e o uso de meias antitrombóticas
e, às vezes, o uso de aparelhos de compressões dinâmicas, conforme
estratificação de risco para trombose para o paciente.
- Os
exercícios para os pulmões são indicados devido à retenção de secreção, a qual
é reconhecido fator que aumenta a predisposição aos processos infecciosos do
trato respiratório.
‐ Fisioterapia motora de
membros inferiores auxilia o retorno venoso, ajudando a prevenir o edema,
trombose e risco de embolia pulmonar.
terceiro
dia do pós-operatório e este deve ser usado até a sexta semana após a cirurgia,
sempre com orientação do seu médico e fisioterapeuta.
- O
primeiro retorno ocorre após aproximadamente duas semanas, no qual retiram-se
pontos alternadamente e os demais só são retirados no próximo retorno, com um
mês da cirurgia.
Ao sentar-se, algumas
recomendações devem ser seguidas:
‐ A cadeira deverá estar
na posição semi‐reta
e o quadril não deverá dobrar mais que 70° . A perna do lado operado deverá ser
esticada para frente, apoiar os braços na cadeira e então se sentar
descarregando o peso na região sacral e lombar (posição do tronco inclinada
para trás).
Quando estiver deitado: você deverá colocar uma almofada na forma
entre os joelhos e não deverá cruzar as pernas. Essa almofada ajudará a manter
as pernas esticadas e abertas.
Nas primeiras semanas depois da
cirurgia, você deverá evitar:
- Evitar
movimentos amplos de flexão, adução e rotação do quadril. Esses movimentos
podem provocar a luxação da prótese, uma urgência médica dolorosa e grave.
-
Evite de uma forma geral, sentar em cadeira baixa ou vaso sanitário sem
elevação, rodar a perna para dentro e cruzar as pernas.
Complicações
da Artroplastia Total do Quadril
1 - Trombose Venosa Profunda (TVP).
A
trombose ocorre quando se forma um coágulo (trombo) na veia, o que pode
acontecer em certos pacientes que fazem cirurgias, principalmente ortopédicas
de grande porte. Quaisquer procedimentos desta monta podem fazer com que a
circulação fique diminuída nas veias dos membros inferiores, podendo formar um
coágulo e causando a trombose.
É
importante que se saiba que uma parte expressiva dos pacientes que são
submetidos a cirurgias ortopédicas de grande porte, como as artroplastias
totais do quadril e do joelho, podem apresentar trombose nas pernas, mesmo que
não sintam nada. Sendo assim, para essas cirurgias, a prevenção deve ser feita
rotineiramente para evitar a trombose. Portanto, tenha sempre em mente: você
pode estar com a trombose e não sentir, então, prevenir é o caminho.
Evitar
o fumo , sedentarismo e seguir a orientação do médico quando for prescrito
algum medicamento para prevenir a ocorrência de trombose.
Sintomas frequentes da trombose: A
grande maioria dos trombos é pequena e não provocam muitos sintomas. Quando
ocorrem em veias maiores e profundas, eles podem causar:
‐ Dor
na panturrilha ou na coxa, atrás do joelho.
‐
Inchaço na perna.
‐
Sensação de calor e peso nas pernas.
Prevenção:
O
mais importante em relação à trombose venosa profunda é a prevenção. Toda
cirurgia de prótese de quadril necessita de recomendações – medicamentos e
meios mecânicos ‐ para
prevenção de trombose.
- Medicamentos: Normalmente,
utiliza‐se um anticoagulante para
evitar que se forme um coágulo, ou melhor, para prevenir‐se da formação do coágulo.
Existem medicamentos que podem ser usados por via oral, ou através da via
injetável subcutânea( enoxaparina, dabigatrana, rivoroxabana, AAS, etc..) por
28 dias após a cirurgia nas artroplastias do quadril e 14 dias após as do
joelho.
- Mecânicos:
Meias de compressão nas pernas durante a internação( meias de média compressão
7/8 nas artroplastias do quadril e 3/4 nas de joelho) que só serão usadas
enquanto houver uso do anticoagulante, indicação de exercícios para os membros
inferiores, aparelhos de compressão dinâmica (nem sempre disponíveis) podem ser
utilizados para prevenir o surgimento desta grave complicação.
2 - Luxação da prótese
A
luxação pode ocorrer caso não se mantenha seu quadril na posição correta
durante o processo de cicatrização. A cicatrização pode variar de 4 a 6 meses,
e é nesse momento que você deve ter o máximo de cuidado. A flexão acima de 90°
com rotação interna podem resultar em luxação, assim a primeira coisa que deve
ser feita é saber o que é um lugar baixo
para
você. Uma dica fácil para descobrir o que é baixo é saber que todo lugar que
estiver abaixo do seu joelho é baixo para você. Normalmente, esses lugares são
a cama, a poltrona da sala, o vaso sanitário, e por isso a necessidade de
cadeira de banho ou de um adaptador de vaso
sanitário.
3 – Infecção
As
consequências da infecção podem ser extremamente desagradáveis, causando dor e
impossibilidade funcional e tendo um alto custo de tratamento. Alguns dos fatores de risco para infecção
são: diabetes, artrite reumatóide, psoríase, anemia falciforme, doenças e
medicações que reduzem a imunidade, uso de corticóides, cirurgia prévia no
mesmo quadril.
Infecções
podem ocorrer nas primeiras semanas após a cirurgia ou mais tadiamente. Alguns
pacientes podem desenvolver infecção mesmo 2 anos após a cirurgia. Muitas vezes
os sintomas nos estágios iniciais de infecção em artroplastias de quadril podem
ser sutis e de difícil diagnóstico.
Acompanhamento
e manutenção
Lembre-se
que quando você é submetido a uma cirurgia de prótese de quadril você tem que
ser examinado rotineiramente, mesmo que você se sinta bem e ache que não tem
nada errado com a prótese, para que quaisquer problemas nos implantes ou no
osso possam ser encontrados mais cedo e assim tratados também precocemente para
evitar complicações maiores mais tarde.
Alguns médicos acreditam ser necessário
o acompanhamento anual, outros a cada 2 anos. De qualquer forma a cada um ou
dois anos, você deve procurar o médico que o operou e submeter-se a uma
avaliação cínica e radiográfica, para que possa ser avaliada a funcionalidade
da prótese, o posicionamento dos implantes, quaisquer sinais de desgaste,
soltura, destruição óssea ou infecção.
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