CISTOS SINOVIAIS
O cisto sinovial é uma tumoração
benigna, muito freqüente no punho, os quais representam até 70% das massas
encontradas nas mão e punhos. São bastante comuns em mulheres e não são raros
em crianças. Normalmente, há uma história de crescimento lento, porém pode aparecer
de forma abrupta. A preocupação com a estética é a principal queixa, no
entanto, o paciente pode vir a referir dor, essa quase sempre relacionada com
outras patologias que coexistem com o cisto.
Há uma correlação com a existência
de microtraumas ou de um trauma mais severo no punho, no entanto seu
aparecimento parece não estar muito bem elucidado ainda. O cisto, visto durante
uma cirurgia, tem uma parede esbranquiçada pouco translúcida, podendo ser
simples ou com várias câmaras. Seu conteúdo é uma substância gelatinosa, clara,
composta por glicosamina, albumina, globulina e ácido hialurônico. Não há
nenhum sinal inflamatório e nenhuma malignidade foi constatada até hoje.
O diagnóstico é clínico, portanto, o
ortopedista é capaz de, baseado na consistência, localização, mobilidade, dizer
se trata-se de um cisto sinovial. Se houver dor, o exame físico é primordial
para a identificação da patologia causadora da dor, por exemplo se houver
instabilidade cárpica ( movimento anormal do punho causado geralmente por
lesões ligamentares).
Os cistos podem localizar-se no
dorso do punho (70% surgindo da articulação escafolunar), volares(20%entre os
tendões flexor radial do carpo e abdutor longo do polegar) mucosos( aparecem
nas articulações interfalangeanas distais e estão relacionadas principalmente
com a Osteoartrite e artrite psoriásica, sendo chamados também de nódulos de
Heberden)
nódulos de Heberden
A ultrassonografia é um exame de
baixo custo, rápido, não-invasivo, geralmente suficiente para fazer o
diagnóstico diferencial quando há dúvidas quanto a natureza da lesão.
O tratamento envolve a observação(30% dos cistos
dorsais em adultos têm resolução espontânea em até um ano e nas crianças, em
até 80%).
A aspiração do conteúdo seguida da injeção de alguma
substância (associação de anestésico com corticóide), apesar de ser uma técnica
pouco invasiva, tem a possibilidade de recidiva muito alta e pode ocasionar a
injeção das substâncias na articulação ou tendão.
O tratamento cirúrgico pode ser feito com uma pequena
via transversa no punho, ou por via endoscópica, essa última com a dificuldade
técnica do manuseio quando não com um cirurgião de mão. As ressecções abertas,
ou seja, aquelas feitas por um pequeno corte no punho, ainda são mais amplamente
realizadas, na qual deve se ressecar todo o cisto e eliminar todos os possíveis
pedículos, diminuindo assim a taxa de recidiva.
Complicações podem envolver a insatisfação quanto ao
aspecto estético principalmente e dor. A instabilidade cárpica pode ocorrer
mesmo nas ressecções palmares (volares) que preservem o ligamento
escafossemilunar. As recidivas, ou o retorno do cisto, podem ocorrer em até 20%
das vezes quando da ressecção por via aberta, caindo para apenas 5% nas
artroscópicas.