Os
saltos e as dores na coluna
O sapato de salto alto transmite elegância
e beleza e é utilizado pelas mulheres desde a época de Louis XIV(o próprio
usava salto), o rei Sol, na França. Entretanto, há um grande número de
especulações e estudos sobre o malefícios e impacto que sua utilização traz
sobre o aparelho locomotor; dor nos membros inferiores, encurtamento do tendão
de Aquiles, alterações no padrão de marcha devido ao peso adicionado colocado
sobre o antepé, e dor na região lombar, devido a alterações da coluna vertebral
, e também uma chance aumentada de ter um entorse do tornozelo. As alterações
provocadas pelo uso excessivo de saltos altos, estão bem consolidada na
literatura médica, em especial nas deformidades do pé, como o hálux valgo,
artelhos em garra, metatarsalgias mecânicas, fratura por estresse dos
metatarsos e sesamóides e a artrose. Algumas pesquisas evidenciam que o uso do
sapato de salto alto aumenta o ângulo da lordose lombar, outras demonstram o
contrário, ou seja, que o salto alto pode levar à diminuição do ângulo da
coluna lombar ou, ainda, que o salto alto não altera as curvaturas lombar e
torácica, provocando polêmica ainda se os saltos originam afecções na coluna
vertebral ou não.
Atualmente, sabe-se que quanto maior for o
salto, maior será o deslocamento anterior do centro de massa, provocando maior
descarga de peso no segmento lombar da coluna, justificando a incidência maior
de dor nas mulheres que habitualmente usam saltos mais altos. Entretanto,
quanto à existência de relação entre a altura do sapato de salto alto e as
alterações posturais relacionadas à coluna vertebral, a literatura também tem
sido controversa. Em outras palavras, existe um consenso que o mesmo favorece o
aparecimento de dor nas costas, porém permanece controversa a razão deste fato,
ou seja, se está relacionado com o aumento ou com a diminuição dos ângulos das
curvaturas da coluna, com o deslocamento anterior do centro de massa ou com
ambos.
Entretanto, os estudos nem sempre concordam
no tipo de alteração provocada pelo mesmo. Por exemplo, os resultados de
Pegoretti et al., os quais avaliaram a lordose lombar de três mulheres
voluntárias com diferentes tipos de salto, mostraram que, com o aumento do
salto, ocorreu a diminuição da lordose lombar, associada com o aumento da
retroversão pélvica. Já para Sacco e Melo, as modificações posturais observadas
foram: tendência à hiperextensão dos joelhos, anteversão da pelve, aumento das
curvaturas lombar e da cifose torácica alta e antepulsão da pelve; além disso,
os autores identificaram um aumento da base de sustentação. Nesta mesma
perspectiva, Lee et al. e Iunes et al. demonstraram que o uso
demasiado de calçados com salto alto, geralmente, causa encurtamento da
musculatura da panturrilha, o que leva as pessoas habituadas ao seu uso a um
desconforto na hora de usar um sapato de sola plana.
Enfim, há uma controvérsia se de fato os
saltos, também quanto ao tamanho, se este poderiam provocar alterações pontuais
na angulação dos segmentos lombar e torácico da coluna, no entanto outras
anomalias já foram comprovadas, e à luz desses fatos, cabe a mulher usar de
maneira parcimoniosa esse tipo de calçado, ressaltando aqui o apelo deste
Ortopedista que vos fala faz em alguns dos posts: usem mais os tênis.
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