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Ortopedista
Especializado em Cirurgia do Quadril

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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Joelho do Saltador-"jumper's knee"

Joelho do saltador – “jumper´s knee”


           
           O que é
A tendinopatia da patela é uma patologia bastante freqüente, especialmente nos atletas saltadores e naqueles que submetem o aparelho extensor (quadríceps é o mais forte grupamento muscular do corpo e juntamente com o seu tendão quadriceptal, patela e ligamento ou tendão patelar, formam o aparelho extensor) a esforços muito grandes e repetitivos.
O tendão ou ligamento patelar
O tendão patelar ou ligamento patelar, denominação mais atual, é a extensão do tendão quadriceptal, que se fixa na tuberosidade anterior da tíbia, uma saliência óssea palpável na região anterior do joelho, aproximadamente 3-4 cm abaixo do pólo inferior da patela (a antiga rótula).

Como e porque acontece


A origem deste distúrbio está relacionada principalmente com o esforço repetitivo com sobrecarga durante atividades de corridas e saltos, sendo comum em atletas de atletismo, basquete, esqui, tênis e vôlei. Atletas que treinam mais de três vezes por semana são mais suscetíveis à tendinopatia patelar do que aqueles que treinam com menor freqüência. O IMC, índice que avalia a massa corpórea, mesmo não havendo uma correlação exata com um número determinado, sabe-se que quanto maior também é maior a chance para o desenvolvimento desta afecção. Além disso, a falta de alongamento do quadríceps(musculatura anterior da coxa) e dos isquiotibiais(musculatura posterior da coxa), são fatores reconhecidos que predispõem a tendinopatia da patela.
Carga excessiva pode causar falha de tensão nas fibras do tendão, resultando em pequenas lesões. Quando isso ocorre, os tenócitos (células do tendão) aumentam a produção de colágeno e matriz. Esse é um processo lento que, devido à baixa taxa de regeneração do colágeno e à carga adicional aplicada, desencadeará um ciclo de pequenas lesões, não seguidas de reparo desejado, instalando-se assim área ou áreas de tendinose. A tendinose é o termo usado para caracterizar a degeneração do tendão sem sinais clínicos ou histológicos de processo inflamatório. Como o resultado histopatológico de tendões com tendinopatia patelar demonstra degeneração do colágeno, com desorientação das fibras, aumento de substância mucóide e ausência de células inflamatórias, isso nos permite dizer que as tendinopatias patelares são, em verdade, tendinoses patelares, pelo menos na grande maioria dos casos.
A dor e a avaliação médica

A dor na parte distal da patela é bem evidente, estando presente somente no início das práticas esportivas, porém coma progressão da doença, é comum a dor se instalar durante e no final do exercício, podendo enfim  ser contínua e durante o repouso.
O achado mais consistente no exame físico é a dor na palpação da parte mais inferior da patela, podendo estar associada frequentemente com a hipotrofia do músculo da coxa, em especial do vasto medial. A avaliação pelo ortopedista é essencial, pois o diagnósticos diferenciais necessitam de uma minuciosa avaliação clínica e são eles; a condromalácea e a instabilidade femoropatelares, e a hoffite (inflamação na gordura de Hoffa), doença de Osgood-Schlatter e síndrome de Sinding-Larsen-Johansson.

Exames

As radiografias podem diagnosticar as osteocondrites em estágios mais avançados (Osgood-Schlatter e síndrome de Sinding-Larsen-Johansson). A ultrassonografia(USG) é um método rápido, eficaz, não-invasivo e barato, que permite a interpretação de dados consistentes desta patologia, mas depende da habilidade do examinador. A ressonância magnética (RNM), fornece imagens mais detalhadas, mas tem alto custo. A acurácia, ou seja a eficácia em se determinar o diagnóstico, pelo USG e RNM são bastante semelhantes, portanto a USG trata-se de exame de escolha para investigação inicial.

O tratamento

O tratamento é essencialmente fisioterápico e prolongado(3 a 6 meses de duração) , relegando as cirurgias a casos no quais haja ruptura parcial ou totais, ou mesmo na falha após protocolo de reabilitação bem executado após 6 meses.



Representação gráfica de uma das modalidade de tratamento cirúrgico


           Em linhas gerais, imobilização e anti-inflamatórios não estão indicados, pois a primeira causa atrofia do tendão, provocando até mesmo o agravo da doença e o segundo, por não se tratar de patologia inflamatória, têm pouca ou nenhuma eficácia e o uso destes está relacionado intimamente com complicações gástricas.
            Infiltrações com corticóides estão proscritas, pois aumentam a degeneração já em curso do tendão, aumentando assim a chance de uma ruptura espontânea.
A suspensão da atividade física, deve somente compreender as atividades com sobrecarga do aparelho extensor que causaram a patologia, logo aquelas atividades listadas no começo, como os esportes de salto.


O laser, ultrassom e a terapia por ondas de choque, parecem estimular a reorganização do tecido doente, mas a ciência e a aplicação por detrás destes procedimentos não me cabe aqui explicar, ficando mais ao cargo dos fisioterapeutas.









Os protocolos de reabilitação por meio de exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos variam muito. Os exercícios de fortalecimento excêntricos do quadríceps são os mais usados nos processo de reabilitação, que parecem aumentar a atividade metabólica, incrementando a síntese de colágeno tipo I.
                       Fortalecimento do quadríceps no plano inclinado a 30°





2 comentários:

  1. Dr Marcelo bom dia. Procurei este topico para tentar achar resposta para o seguinte sintoma. Sentado, dobro a perna em 90 geaus no ar. Passo a mao em cima deste tendao e sinto uma cocega desviando internamente para o lado esquerdo da perna. Como se algo dentro estivesse solto e vibrasse desviando para este lado. Apos passar a mao o local fica meio dormente e depois passa. Tudo começou a 2 meses quando fui agachar e senti uma dor forte e passageira neste mesmo local. Procutei medico e fiz RM . O reumo orto cirurgiao disse que nao era nada. Mas o sintoma que relatei acima continua. Nao me arrisco ajoelhar com medo de doer. Pode ne dar uma luz sobre o que pode realmente estar acontecendo com meu joelho ? Grato. Marco. Email: formaset@yahoo.com.br

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  2. Olá,gostaria de sanar uma dúvida, sofri um AVC a um tempo atrás e perna não fica reta, ou a perna fica muito pra trás ou flexionada com o joelho pra frente, com esse último exercício mostrado, eu poderia melhorar esse meu problema

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